Já rodei a Europa inteira de trem. É romântico sim, mas muito cansativo e nada barato. Cheguei a Londres e precisava visitar duas fábricas no interior. Fiz as contas e não tive dúvidas. Decidi alugar um carro econômico. A carteira de motorista brasileira é aceita por lá e não há problemas em dirigir mão inglesa. No Brasil é do lado esquerdo e na Inglaterra do lado direito.

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Estradas para mão inglesa
Estradas inglesas
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Minha primeira vez na mão inglesa

As opiniões expressas pelos viajantes colaboradores são próprias e nem sempre refletem o pensamento do Territórios. Conheça o autor ou deixe um comentário.

Trajeto percorrido na mão inglesa
Trajeto percorrido
Meus colegas no trânsito
Meus colegas no trânsito

Foi uma experiência incrível. Eu gosto de dirigir e de explorar lugares desconhecidos. Era a minha primeira viagem para a Inglaterra e já fui de cara pegando um carro para dirigir. Para mim, a melhor forma de aprender é assim, de uma vez.

Peguei um carro compacto, com motor fraco e câmbio manual. Me deram alguns mapas e uma folhinha com as instruções de como sair de Londres e pegar a autoestrada, um perfeito quebra-cabeças. Formada por diversas vilas medievais que foram se unindo, esta metrópole gigantesca tem um traçado de ruas, ruelas, vielas, avenidas e autopistas bem confuso, com rotatórias nos mais diversos formatos.

Pedestres aos montes
Pedestres aos montes
Pausa na estrada
Pausa na estrada

Dirigindo na mão inglesa até Stoke-on-Trent

Claro que me perdi, mas só na volta. Para sair, me achei bem, só que desisti de mudar de marchas. O problema de dirigir na mão inglesa é que você sobrecarrega as funções na mão esquerda, pois é com ela que se trocam as marchas e as setas. Até acostumar e depois de levar várias buzinadas, decidi deixar na segundona e ir embora assim mesmo, paciência. Não dava para olhar o mapa, ver a sinalização, prestar atenção no trânsito e aprender a trocar as marchas ao contrário ao mesmo tempo.

Depois, na estrada, fui criando coragem e comecei a passar as marchas. Em poucos minutos, já tinha aprendido. Não é difícil. A única coisa que acontece, depois de alguns minutos dirigindo na estrada, é esquecer que está dirigindo ao contrário e acabar colocando o carro no meio da pista sem querer, alinhando o volante com a faixa à esquerda. Só que o certo é alinhar com a faixa à direita. O resultado é que ganhei várias buzinadas na estrada até fixar bem isso!

Chá quente inglês
Chá quente inglês

Como eu viajei pelo interior, a vantagem de ir de carro é já chegar direto ao destino. Se fosse de trem, teria que pegar um taxi até as fábricas e, em qualquer cidade pequena, isso nem sempre é possível. Stoke-On-Trent fica cerca de 250 quilômetros de Londres, foram umas três horas dirigindo. É um lugar no meio do nada e bem decadente. Era uma região histórica produtora de cerâmica, mas hoje a produção foi toda desviada para a China. O ambiente da fábrica era bem depressivo. Fiz minha visita e retornei a capital.

No caminho de volta, decidi pegar uma rodovia alternativa para conhecer um pouco do interior do país e vi paisagens lindas. As colinas com as construções em estilo gótico e os rebanhos de ovelhas com as patinhas pretas dão bem a visão de como é bonito o interior dessa ilha. O único problema é que não tem acostamento nestas estradas alternativas. Por esse motivo, não pude parar o carro para tirar fotos.

Tudo ao contrário pela mão inglesa
Tudo ao contrário pela M23
O carrinho estacionado em frente ao hotel
O carrinho estacionado em frente ao hotel

O retorno foi complicado. Me perdi totalmente. Fui parar lá perto da área financeira quando queria ir para a região de Marble Arch, onde me hospedei. Perdi umas duas horas até me localizar, mas eu adoro essa coisa de explorar e me sentir como um cidadão local. Na época, os GPS não eram tão comuns como hoje, mas o pior mesmo foi achar estacionamento, que, além de caríssimo, quase não tem.

Dirigindo na mão inglesa até Brighton

Orla de Brighton
Orla de Brighton

No dia seguinte, tinha que visitar outra fábrica em Brighton, que fica ao sul de Londres. A viagem foi mais tranquila pois já sabia dirigir melhor e a distância mais curta também, em torno de 140 km. O clima na Inglaterra estava ótimo. Chegando em Brighton, pude passear um pouco pela costa, apesar do trânsito que estava caótico, pois naquele dia, havia uma reunião do G7 com o primeiro Ministro visitando a cidade. Nesse dia, cheguei mais cedo a Londres e praticamente não havia onde estacionar. A vaga que eu havia disponível era a partir das 8 horas da noite. Deixar o carro na rua por duas horas iria custar uma fortuna. Fiquei então dando voltas pelo Hyde Park e região até o horário.

Hyde Park
Hyde Park

Carro estacionado, aproveitei para passear a pé mesmo por Londres e me encontrar com duas amigas que estavam por lá. Estava hospedado numa região bem central. No dia seguinte, acordei bem cedo para pegar meu voo rumo à Itália

Tome Nota 

O trânsito no Reino Unido é bem civilizado, mas, na hora do rush, há bastante engarrafamento. É preciso apenas prestar atenção nas Zebra Cross, que são os cruzamentos onde há faixas no formato xadrez indicando a prioridade dos pedestres, e olhar bem para todos os lados, até memorizar de onde poderiam vir os carros, que vêm sempre do lado ao contrário de onde a gente imagina…

O que não pode esquecer é de pagar o Congestion Charge, que é um imposto diário pago para poder circular na região central de Londres. A própria locadora inclui isso na tarifa. O controle é feito por câmeras que reconhecem a placa e checam se a taxa está paga naquele dia.

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E, para finalizar, reserve duas horas para devolver o carro em Heathrow. O aeroporto é gigantesco e é uma confusão de curvas e desvios até achar a área de devolução das locadoras. Faça com tempo ou alugue um GPS! 

Veja mais fotos da viagem de carro pela Inglaterra:

Vista Inglaterra do avião
Vista Inglaterra do avião
Dirigir na mão inglesa
Dirigir na mão inglesa
Placas de sinalização

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Autor Augustin Tomas o'Brien Caceres

Criado em uma família onde se falava espanhol, português, portunhol, italiolo e algo de inglês. Sempre se interessou por outros idiomas e hoje mora nos Estados Unidos e trabalha com comércio internacional na LE Group Industries. Siga no Linkedin

6 Comments

  1. Augustin Tomas O'Brien Caceres Reply

    cade as fotos onde aparece a minha pessoa e o carro? porque foram retiradas do site?

    • Tive que mudar o servidor de novo e todas as galerias e fotos de capa sumiram. O trabalho de voltar como era antes é manual e tenho feito aos poucos. Afinal são quase 1000 artigos ao total. Em breve estará de volta, ok

  2. Andrea caceres Reply

    Barbaro viaje! Me imagino el monton de bozinazos!jajajajajaj que stress. Y vos en “segundona! Nada facil!

  3. Agustin, fiquei feliz em receber noticias suas. Mes passado fui conhecer a Argentina, por Foz. Gostei muito.
    Conte como voce esta, o que esta fazendo? Eu continuo trabalhando no mesmo lugar. Forte abraço, com carinho, Wilma

  4. Agustin Tomas Caceres Reply

    oi Leandro, obrigado pelos elogios. Imagino que o mais comum seja a seta do lado direito, o que faz mais sentido, mas esse carro que eu aluguei era tudo do lado esquerdo, seta e marcha. Eu gostei bastante da aventura.

  5. E ai Agustin, muito legal esse post. Eu ainda quero atravessar a Australia de carro deve ser muito interessante. A alguns dias atras li uma reportagem dizendo que atualmente tem aproximadamente 300 mil pessoas viajando pela Australia de carro/Caravan. Nunca dirigi em Londres, mas aqui tambem é mão inglesa e as setas do pisca ficam do lado direito.

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