Ontem contei em detalhes sobre como começou a aventura de desbravar o Monte Roraima, hoje trago as surpresas do dia seguinte.
Dia 2 – Conexão com a montanha
Contrariando as previsões de que amanheceria aberto e ia nublando durante o dia. Roraima amanheceu fechado e foi se mostrando ao passar das horas. A movimentação começou cedo, todos desmontando acampamento, tomando café e partindo aos poucos. As barracas ficam ao redor de casas de barro, ocupadas por índios Taurepangs, e cada grupo tem uma estrutura para fazer de cozinha.
O banheiro é no mato, mas existe uma barraca camuflada para fazer o número 2 sem deixar resíduos na natureza. Cada um ganha sacos de lixo e deve usar como privada, dentro dessa barraca tem cal para colocar no saco antes de fechar e eliminar odores. Todo esse dejeto é levado para a entrada do parque pelos carregadores.
Neste dia deu para sentir o aumento no aclive, partimos de 1100 metros de altitude com o objetivo de alcançar o acampamento base a 1880 metros de altura por um percurso de 9 km. Logo na saída cruzamos o rio Tek e em seguida o cruzamento dos rios Kukenán e Kamaiwa, onde aproveitamos o sol para tomar o banho do dia. Menos gelado que a noite anterior e muito mais astral com as cores do dia. O chão da trilha passou de craquelado bege para cascalho avermelhado, as colinas aumentaram e a montanha foi se aproximando.
A parada para o lanche foi com frutas deliciosas da região, como abacaxi docinho, sempre acompanhada de um bom papo em ótima sintonia. Neste momento, decidi sair na frente do grupo sozinha para ir curtindo a paisagem sem pressa. Fiquei tão concentrada tirando fotos e conversando com a montanha que não vi todos passarem por mim. Ainda desacelerei achando que poderia ter acontecido algo para não terem me alcançado, quando percebi, o guia estava sentado me esperando há horas. Muita coisa passou na minha cabeça nessa trajeto solitário, mas isso é história para um outro post mesclando com as lendas locais…
Até que chegamos cedo, deu para preparar o meu chimarrão, deitar na grama e encarar o paredão de perto. Os mais animados ainda tomaram banho numa nascente congelante, molhei os pés e joguei uma “aguinha” no corpo, mas já estava definido que banho de verdade só quando eu voltasse no rio anterior.
O acampamento base
O acampamento base é menor, todas as barracas ficam próximas ou isoladas quase cobertas de mato. A estrutura é uma lona para a cozinha, a barraca camuflada e um córrego passando no meio. Agora o visual é de tirar o fôlego, já estamos no Monte Roraima, as colinas vão se mesclando no horizonte lá embaixo e Kukenán na nossa frente. Entre os dois tepuis um pedaço de nuvem vai avançando e sendo atingindo por raios dourados de sol. Preparamos as câmeras e vibramos esperando aquele final de tarde. Mas as nuvens foram mais rápidas e a tempestade veio junto.
E como dormir com a barraca parecendo estar no meio de um furacão? Ela se mexia sem parar e chovia bastante. Lembrei de momentos parecidos no Uruguay e torci para barraca ser boa como a minha velha companheira, como parecia estar bem pressa no chão, deixei o cansaço me vencer.
Não sei por quanto tempo relaxei até que uma forte rajada levou a parte de cima da barraca e acordou eu e Cristina. A primeira coisa que passou na minha cabeça foi minhas roupas molhadas o resto da viagem. Levantei correndo para encontrar a capa e os pinos perdidos, ainda bem que a chuva estava parando. Problema resolvido, começamos a rir muito, pois estava o maior silêncio, as outras barracas pareciam intactas e o nervosismo foi embora.
Então olhamos para o céu e veio uma sensação maravilhosa, todas as nuvens tinham ido embora, era estrela a perder de vista e foi a primeira vez que vi o paredão limpo. Ali ficamos encantadas vendo a lua cheia surgir por trás dele deixando aquela sombra imensa e os detalhes do topo bem marcados.
Acompanhe o dia-a-dia desta expedição nos artigos:
Dia 1 – Dia 2 – Dia 3 – Dia 4 – Dia 5 – Dia 6. Leia sobre o preparo físico e o que precisa levar na mochila.
Mais fotos do segundo dia:
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