CHILE

Todos os dias da travessia Circuito W


A famosa travessia Circuito W, que atrai aventureiros do mundo todo, é formado por trilhas que quando traçadas no mapa assemelham-se a letra W. Foram 76 km em 4 dias, sem contar um dia para vir de Calafate e outro para voltar. De todas as caminhadas que fiz na Patagônia estas foram as paisagens mais lindas. Tem que prestar atenção em tudo, flores, folhas, lagos, pedras, montanhas, chão e as pessoas que cruzam o nosso caminho sempre com um ¡Hola! simpático. A maioria dos trilheiros não são gurizada (entre 30 e 60) e aguentam carregar a mochila pesada além de caminhar horas sem perder o sorriso.

O mapa do Circuito W
O mapa do Circuito W

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Circuito W dia a dia

Existem algumas opções de hospedagem no Parque, hotéis luxuosos, refúgios e acampamento. Optamos pelos refúgios, não são baratos, mas vale muito a pena por não ter que carregar equipamento de camping, comida… Fora o conforto de estar num quarto quente olhando as várias barracas pela janela em movimento por causa do forte vento. O vento aqui pode derrubar uma pessoa grande carregando mochila pesada, é sério! Tivemos sorte de pegar vento forte apenas 1 dia, mas isto foi bem raro.

O texto continua após os serviços recomendados no destino.

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Brincando de jogar pedras no iceberg no primeiro dia do Circuito W
Brincando de jogar pedras no iceberg

Circuito W 1° dia

Alongamento curtindo um super visual em frente a montanha Paine Grande e já começa a caminhada. Saímos do refúgio Pehoé em direção ao Glaciar Grey foram 22 km ida e volta.  Apenas a mochila de ataque com o necessário para passar o dia. Fomos margeando o lago GREY até chegar num Cemitério de Icebergs, de longe já dava para avistar o imenso glacial. Ali alguns ecocaminhantes inventaram um jogo – atirar pedras num iceberg que tinha um buraco estratégico, assim ficaram horas tentando acertar o buraco.

Cemitério de icebergs
Cemitério de icebergs
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Circuito W 2° dia

Ponte para Valle Francés no segundo dia do Circuito W
Ponte para Valle Francés

Foram cerca de 24 km do refúgio Pehoé até o refúgio Los Cuernos passando pela Paine Grande (3.050m) e Valle Francés. Que paisagens! Deu para ver um avalanche no alto do cume. Contornamos montanhas, cruzamos rios e acompanhamos a margem do lago Nordenskjold até o nosso destino. Quase chegando encontramos uma praia perfeita (de pedras pequenas e duo cores no lugar de areia) e ali fizemos uma parada super agradável, não dava vontade de seguir, queria ter ficado o dia todo ali.

Esse dia foi puxado, carregamos a mochila com uns 8-9 quilos. Mas já estou me acostumando com o peso, não incomoda tanto como na trilha de Chaltén. Por vezes, fiquei tão encantada com o lugar que saia tirando foto e esquecia de tirar a mochila nas paradas para descanso.

Avalanche
Avalanche

 

Circuito W 3° dia

Seguimos com as mochilas para o refúgio Las Torres, entrada do parque onde se chega de carro, tem mais movimento e infraestrutura. A caminhada foi cheia de descidas, mais curta (11km) e de igual beleza. Como chegamos cedo no refúgio ainda deu tempo de conhecer os arredores, fazer outras trilhas e tirar fotos sem receio de se perder do guia. No fim de tarde foi legal ver os pássaros pousando nas árvores e não foi legal ficar super embarrada no meio dos cavalos.

Pontes do caminho
Pontes do caminho
Trilha no meio do vale no terceiro dia do Circuito W
Trilha no meio do vale
Subida difícil para as Torres, trecho inicial ou final do Circuito W
Subida difícil para as Torres

Circuito W 4° dia

Dia de conhecer as famosas Torres del Paine. Subimos até a base delas por um caminho que pedia fotografias o tempo todo. Entre sol e nuvens junto com forte vento em alguns trechos, torcíamos para chegar lá em cima com sol, do contrario seria congelante. Acompanhamos um rio passando por penhascos e depois uma difícil subida no meio de pedras grandes e soltas.

Ao total foram 19 km puxados, mas valeu a pena, o sol nos esquentou bem, deu para curtir o visual fazendo um lanche e quando íamos descer veio uma nuvem trazendo neve. Ainda no caminho de volta para o refúgio um arco-íris surgiu com os lagos azuis e montanhas como fundo. Um dia lindo! Como voltamos para o mesmo refúgio, levamos só a mochila de ataque com o básico, seria complicado subir com toda equipamento. Mas tem quem suba e com barraca, tem um acampamento perto das Torres, no meio de um vendaval. Detalhe é o quesito para acampar lá – Solo Escaladores.

Ecocaminhantes na base das Torres marca a conquista do Circuito W
Ecocaminhantes na base das Torres
Massagem coletiva após completarmos o Circuito W
Massagem coletiva

O dia seguinte foi a viagem de volta para El Calafate, estávamos todos com os corpos cansados, porém muito felizes. O espírito de companheirismo e amizade seguia em alta, enquanto esperávamos o ônibus rolou até uma massagem coletiva maravilhosa. Essa foi a minha trilha mais longa e pesada, por causa da mochila, como superei, já posso pensar em trilhas maiores, quem sabe no Parque mesmo fazendo o Circuito O.

Guia Chile de Carro em PDF pode ser lido em múltiplas plataformas como TV, computador, tablet e celular
Esta experiência também faz parte do guia Chile de Carro

Tome Nota

Hospedagem em Torres del Paine:
Paine Grande – o barco chega aqui . O lugar é grande e confortável, são quartos para 4 pessoas, banheiro comunitário, áreas comuns de lazer com salamandras. Na madrugada o gerador pára de funcionar, para ir ao banheiro só com lanterna. Tem restaurante e bar com vista maravilhosa. E vinho chileno em promoção!

Cuernos Refugio – o refúgio mais divertido e simples. Quartos para 8 pessoas com triliches (só colchão, tem que levar saco de dormir ou alugar na hora), banheiro comunitário e restaurante que não cabem todos os hóspedes. O staf foi ótimo, tem até chef de cozinha uniformizado criando pratos bonitos de ver. Foi o máximo chegar num lugar perdido no meio do nada e receber este tratamento. Na porta do refúgio tem uma sapateira, pois é proibido entrar com sapatos, confesso que fiquei com medo de perder minhas botas, eram quase todas iguais, mas deu tudo certo. O gerador também pára de funcionar na madrugada.

Torre Central – perto dos outros, este foi sem graça, porém confortável. Quartos para 8 com vista para as Torres. Banheiro comunitário e restaurante.

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Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 16 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

5 Comments

  1. Erick Stengrat Reply

    Oi Roberta,

    Adorei este seu relato e também as perguntas e respostas ! Estou planejando o circuito W no final deste ano (na verdade já estou até com passagem comprada) e vou seguir o seu roteiro !
    Um abraço

  2. Antonio Moreno Reply

    Olá, ótimo relato! Estou indo para TDP na ultima semana de outubro e pretendo fazer o W exatamente igual a vc. Minha dúvida: é muito puxado fazer em 4 dias? o que vc achou? Todos que foram com vc tinha bom condicionamento? Vai eu e minha namorada, estamos bem fisicamente e treinando academia, caminhada e corrida. Mas na hora lá, com mochila, frio, subida acho que pode ser beeem dificil. Agradeço a ajuda.

    • Olá Antonio
      Desculpe a demora em responder. Acho puxado fazer em 4 dias, talvez não consiga fazer todas as pernas do W até o final. Eu tinha condicionamento físico, mas a maioria dos meus companheiros de viagem não. Todos conseguimos, a diferença eram as dores que sentiam durante a noite e antes de começar a caminhada. O meu preparo foi suficiente para não sentir dor nunca. Tinha apenas fadiga.

  3. Ola, eu gostaria de entrar em contato com o autor deste relato do circuito W, para maiores informações.
    E gostaria de obter algumas dicas.

    Se puder, escreva-me, por favor.

    grata
    Juju

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