BARREIRINHAS

Rota das Emoções, o roteiro de 6 dias


Acabei de voltar de uma viagem cujo roteiro eu não recomendo! Calma, nem pense em desistir antes de ler a explicação. Achei a Rota das Emoções sensacional para conhecer lugares únicos no Nordeste e na mesma viagem. O problema é que o roteiro deve ser feito em doze dias, no mínimo. Afinal são cerca de mil quilômetros, quatorze municípios em três Estados e ainda tem os roteiros complementares.

No roteiro de seis dias consegui fazer os principais passeios dos três grandes destinos: Parque Nacional de Jericoacoara (CE), Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba (PI e MA) e Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (MA) ou Jeri, Delta e Lençóis. Mas apenas passei, ou dormi, pelas cidades em poucas e rápidas paradas, o que deixou aquele gostinho angustiante de quero mais…

quero dicas do Brasil

Pelo menos deu para tirar muitas fotos, curtir intensamente cada momento e trazer histórias pra contar. Para começar a inspirar, deixo algumas imagens, dicas e o resumo de como foi o dia a dia da minha viagem organizada pelo Sebrae. E nas próximas semanas vou inserindo os links para os novos artigos mais detalhados.

Rota das Emoções, o roteiro de 6 dias

Acesso rápido: Roteiro | Dicas | Mapa | Quando ir | Tours | Por onde começar

Dia 1 – quinta-feira > Fortaleza – Jeri

Cheguei a Fortaleza na madrugada e nem deu tempo de conhecer a cidade. Dormi algumas horas e cedo partimos para Jijoca de Jericoacoara. Ali trocamos a van pela jardineira (veículo 4×4 adaptado para mais passageiros) e foram mais trinta minutos sacolejando pelas estrada de terra e dunas até a famosa Jeri, início ou fim da Rota das Emoções. Foi uma tarde e uma noite para conhecer a Vila de Jericoacoara, ver as lojas de artesanato e viver o primeiro momento obrigatório – assistir o sol se pôr na Duna Pôr do Sol. Depois teve a abertura do Salão Rota das Emoções que acontece anualmente em alguma das cidades da Rota.

Caminho para chegar a Jericoacoara somente com 4x4
Caminho para chegar a Jericoacoara somente com 4×4

Reserve, pelo menos, mais um dia se quiser conhecer Fortaleza.

Quem vai em carro comum deve deixar o veículo no estacionamento e usar os serviços de transfer, jardineira ou alugar um buggy para circular em Jericoacoara. Pela Vila tudo é perto e pode ser feito a pé.

Hospedagem em Fortaleza: Plaza Praia Suítes.

Leandro fez outro caminho a partir de Fortaleza, chegou a Jeri pela beira da praia e conta no link. 

Dia 2 – sexta-feira > Jericoacoara

Manhã e tarde foram em buggy pelas dunas do Parque Nacional de Jericoacoara incluindo Pedra Furada, Praia do Preá, Árvore da Preguiça e a deslumbrante Lagoa Paraíso. Aquela onde as redes ficam dentro d’água e as pessoas tiram fotos de fazer inveja a quem não está de férias.

No final do dia tem novamente a parada para ver o sol, mas vale a pena procurar novos ângulos em outros pontos da praia Principal e também tirar um tempo para observar as pessoas que passam por ali.

Final de tarde na praia Principal
Final de tarde na praia Principal

Um dia e meio chega a ser um desperdício para tudo o que o destino oferece. Talvez uma semana seja o ideal para descobrir todas as lagoas, curtir as praias, aproveitar a gastronomia, fazer as trilhas, aprender kite surf e outros esportes aquáticos.

Hospedagem em Jericoacoara: Pousada Maxiitalia.

Transporte: Neguinho Bugueiro faz os tours com o buggy com ou sem emoção. E-mail jose.m.carlos1@gmail.com. 

Dia 3 – sábado > Parnaíba

Pegamos a estrada rumo ao Piauí, mas antes tem que passar pelas dunas e trocar a jardineira pela van em Jijoca, como aconteceu na vinda. Cruzamos a divisa de estados e chegamos ao menor trecho do litoral brasileiro, especificamente entre as praias de Cajueiro da Praia, Barra Grande e Luís Correia.

A tarde chegou um dos momentos mais esperados, passear de barco pelo Delta do Parnaíba, o maior delta das Américas. No percurso a vegetação muda e a água fica salgada, surgem praias desertas com dunas e muitas ilhas. Tem a revoada dos guarás e um espetáculo de pôr de sol. O barco chega a entrar no Maranhão, mas voltamos para passar a noite em Parnaíba com direito a artesanato local e sorvete de frutas no Porto das Barcas.

Cajueiro da Praia, no Piauí
Cajueiro da Praia, no Piauí

A passagem pelas praias do Piauí foi muito rápida, mas deu para perceber que vale a pena aproveitar a estrutura hoteleira e aquele marzão azul com temperaturas perfeitas e alguns corais. Sugiro mais uns dois dias em Barra Grande, principalmente para os praticantes de kite surf.

O passeio de barco foi para ver os manguezais e a revoada dos guarás com as agências Clip Ecoturismo e Aventura e Eco Adventure Tour, mas teriam vários outros circuitos para passar uns dois dias na cidade.

Hospedagem em Parnaíba: Hotel Pousada dos Ventos

Dia 4 – domingo > Barreirinhas

Estrada de novo e rumo ao Maranhão com parada em Tutóia, outra porta de entrada para o Delta do Parnaíba. No entanto, a atração do dia foi outra. Na próxima cidade, Paulino Neves, trocamos a van pelo toyoteiro (igual a jardineira do Ceará) para visitar os Pequenos Lençóis e alcançar o Rio Preguiças pela Praia de Caburé. No rio, o transporte é a lancha e a primeira parada foi em Mandacaru para subir no Farol de Mandacaru e apreciar a vista dos dois Lençóis, o rio e o mar. A outra parada foi para brincar com macacos e subir nas dunas de Vassouras, depois navegar pelos braços do Rio Preguiças entre ilhas e igarapés até Barreirinhas. Antes de descansar na pousada, ainda teve visita à Casa de Farinha com aula completa sobre a mandioca.

Barreirinhas
Transporte de barco pelo Rio Preguiças

Transporte: Lobotur faz passeios pelos Pequenos Lençóis e nos levou até o Rio Preguiças. O passeio em barco até Barreirinhas foi feito por duas empresas Tropical Adventure e Danceliz Adventure. Ainda teve translado dentro de Barreirinhas feito pela Santos Turismo.

Hospedagem em Barreirinhas: Pousada Murici fica na beira do Rio Preguiças e pede um banho noturno. 

Dia 5 – segunda-feira > Barreirinhas – São Luís

Chegou o dia de conhecer uma parte dos Lençóis Maranhenses, a cereja do bolo da Rota das Emoções. Inclusive gostei muito de ter começado do sul para o norte para encontrar a parte mais surpreendente da Rota neste dia, mas isto é opinião bem pessoal. Fomos com toyoteiros, atravessamos um rio em balsa, passamos por uma estrada de terra fofa com muito barro e depois seguimos a pé. Subindo, descendo e encontrando lagoas transparentes entre as enormes dunas.

De tarde foi hora de pegar a estrada rumo a São Luís para aproveitar a última noite de São João. Dizem que a capital do Maranhão tem as melhores festas juninas. Acredito, pois foi o único estado onde vi as ruas enfeitadas.

Lagoa cristalina nos Lençóis Maranhenses
Lagoa cristalina nos Lençóis Maranhenses

Tour para os Lençóis MaranhensesSão Paulo Ecoturismo e Lençóis Ecoturismo foram os receptivos que nos levaram para os Lençóis. São várias opções de passeios e vale ficar alguns dias para fazer todos, mesmo que algumas pessoas digam que tudo é muito parecido. Apenas atente ao período para não se decepcionar. Apenas duas lagoas duram o ano todo, a maioria surge após períodos de chuva, geralmente entre março e junho. Não tente ir sem guia, é um deserto fácil de se perder.

Hospedagem em São Luís: Veleiros Mar Hotel

Dia 6 – terça-feira > São Luís

Hora de voltar pra casa para alguns ou de visitar o centro histórico para quem tem tempo livre. Eu tinha e pude rever o maior acervo colonial da América Latina e seus variados azulejos.

Aproveitei a ocasião de estar em São Luís e resolvi prolongar a viagem fazendo um dos roteiros complementares da Rota. Peguei um ônibus e fui para a Chapada das Mesas, no sul do Maranhão. Mas esta foi uma outra viagem que terá um post roteiro exclusivo em breve.

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São João em São Luís
São Luís com cara de São João

Veja a rota percorrida e pontos visitados no mapa:

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Tome Nota Rota das Emoções

Quem não tem os doze dias, sugiro fazer a rota em etapas e pesquisar as opções de passeios com antecedência porque não são poucas. Saiba o que fazer e outros serviços no site da rota ou veja o meu roteiro de 10 dias.

São tantas opções que dá pra montar um roteiro personalizado conforme o estilo do viajante e interesses. Por exemplo, pode escolher em qual cidade vai começar e terminar a Rota; se a viagem será ecoturismo com aventura ou sombra e água fresca para descansar e até se o meio de transporte será barco, van, avião, 4×4, jegue, buggy, quadricíclo, entre outros. Algumas agências vendem pacotes fechados ou pode ir contratando os receptivos locais.

As portas de entrada na Rota das Emoções são as cidades Fortaleza, Teresina e São Luís. O percurso pode ser feito quase todo por boas rodovias. Exceto pelos trechos entre Paulino Neves e Barreirinhas, no Maranhão, e entre Jijoca de Jericoacoara e a Vila de Jericoacoara, no Ceara, que são em 4×4 e/ou lancha. As cidades de Parnaíba, Camocim, Jericoacoara e Barreirinhas também tem aeroporto, mas sem frequência diária de voos e as duas últimas operam apenas com aeronaves de pequeno porte.

Quem pensa em fazer por conta própria, utilizando veículo com tração nas quatro rodas, aviso que em alguns parques só pode entrar com guia e o trecho até Barreirinhas é complicado. Existe o plano de uma estrada asfaltada, mas ainda não saiu do papel.

Quando ir: achei o período de junho sensacional para fazer a Rota das Emoções. Além das festas juninas, clima quente e período das lagoas nos Lençóis, é temporada baixa. Ou seja, menos turistas e mais economia. 

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A viagem pela Rota das Emoções foi um convite do SEBRAE em conjunto com empresários de turismo da Rota. As dicas e opiniões expressas aqui são de livre expressão do autor.

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Por onde começar a planejar a viagem

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  2. Quando a data estiver definida, pesquise as passagens áreas ou aluguel de carro. Mas antes de finalizar a compra, faça o seguro viagem quase simultaneamente para ter eventuais cancelamentos cobertos, além de assistência médica e perda de bagagem.
  3. Então monte o roteiro e vá fazendo as reservas de hospedagem e passeios conforme o tempo disponível.

A seguir deixo mais links sobre essa mesma região ou experiência.

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Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 16 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

6 Comments

  1. Roberta então vc desaconselha fazer a rota com 4×4 próprio?, Sou de São Paulo e estava pensando em alugar uma 4×4 em fortaleza e entregar em São Luis já verifiquei que é possível, por agencia seria melhor? iria utilizar 20 dias para fazer a rota, achando que por conta própria faria meu próprio roteiro e ficaria qts dias quisesse em cada lugar

    • Oi Daniel, se você tem experiência em 4×4 eu aconselho sim. O trecho crítico é quando entra no Maranhão até Barreirinhas, o resto é tranquilo. Mas nos Lençóis o guia é obrigatório. Inclusive, eu adoro viagens com liberdade no roteiro, apenas não faria uma assim porque não tenho prática em dirigir 4×4, portanto, prefiro ir com mais segurança contratando traslado.

  2. Roberta existe transporte de Jeri para o Delta do Parnaiba durante a noite ?
    Você sabe qual é o valor? Obrigado!

    • Oi Murilo, deve ter de noite, mas eu fiz de dia. Entre em contato com esses links no post para fazer orçamento e confirmar horários. O transporte foi feito com empresas diferentes por estado, mas todas fazem este trajeto ou indicam quem faça.

  3. Se a você não lhe molesta quero fazer algumas consultas:
    Vamos sair de Jeri o 9 de setembro. Nossa ideia é ir para Parnaíba ou Tutoia e fazer uma noite aí para conhecer o Delta.
    Não sabemos como chegar, talvez na Posada de Jeri (Villa Chic Hostel) nos possam ajudar?
    Recomendaram-me fazer noite em Tutoia e conhecer essa parte do Delta, mas é mais difícil chegar.
    Disseram-me que há forma de chegar de Tutoia até Caburé e daí cruzar até Atins, mas não sei que tão singelo possa ser isso.
    Nossa ideia é após conhecer o Delta (ou em Tutoia ou Parnaíba) ir direto a Atins. Se isto não se pode, vamos a Barreirinhas, onde ficamos duas noites. No segundo dia fazemos o passeio pelo Riu Preguizas assim chegamos até Atins e ficamos mais duas noites.
    Não estamos tão preocupados por reservar posada, é baixa temporada e há lugar. O que se queremos é saber custos de transporte e contatos.
    Brigado!!!!!

    • Oi Jorge, todos os serviços de transporte que utilizei estão indicados no texto, em cada estado foi uma empresa, mas podes entrar em contato com todas e pedir orçamento pra ver qual vale a pena fazer todo o caminho. Sei que pode ir de carro até Paulino Neves, depois só com carro 4×4. Eu gostei de fazer o passeio no Delta por Parnaíba e já escrevi o texto detalhado. https://territorios.com.br/dunas-mangues-e-guaras-no-delta-do-parnaiba/ Tutoia só parei pra comer e Atins ficou fora do roteiro,logo não tenho mais informações

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