Em junho passei três dias repletos de atividades em hotel de selva. Era época das cheias e para quase tudo era preciso sair de barco. Exceto curtir a natureza ao redor, aprender sobre a mata com os funcionários e se deliciar com a culinária local. Conto hoje o que fazer na Selva Amazônica.

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Transporte escolar dos ribeirinhos
Transporte escolar dos ribeirinhos

A experiência de ser tão dependente do barco é algo inusitado, por outro lado, é a rotina de quem vive aqui. O que para nós é passeio para eles é sobrevivência. E que hábito agradável ficar naquela balanço tranquilo respirando ar puro e contemplando a natureza. Assim passamos os dias na selva: relaxando, observando a fauna e flora, navegando por igarapés e se encantando com o pôr do sol.

O que fazer na Selva: passear de barco
Passamos a maior parte do tempo neste barco
quero dicas do Brasil
A castanheira
A castanheira

Todos os dias na hora do café, as atividades do nosso grupo estavam escritas no painel e o guia explicava como seriam. Todas pareciam interessantes, contudo, como cada um tinha uma expectativa, logo no início foram falando os seus desejos: um queria ver botos, eu sugeri a revoada dos pássaros e comentei que adoraria abraçar um bicho preguiça… Ele abriu um sorriso e disse que tudo estava no roteiro, mas é a natureza quem decide.

Os botos passaram brincando de esconde-esconde e ganharam o jogo, quando percebíamos a movimentação na água, eles desapareciam antes de posicionarmos as câmeras para o clique. A preguiça foi avistada de longe no topo de uma castanheira, a árvore mais alta da selva, e não deu a menor chance de ganhar o meu abraço. Todas as outras atrações foram um sucesso, algumas mexeram com as nossas emoções, outras foram assustadoras, mas é certo que todas foram especiais e merecem ser vividas.

O que fazer na Selva Amazônica

Nascer do sol

Partimos com aquelas caras de sono para ver o momento que rendeu as melhores fotos da selva. O guia procurou cenário perfeito e ali ficamos vendo as cores se transformarem a cada minuto. Os raios de luz dançam no céu e vão despertando as nuvens, a mata, o rio e finalmente os peixes que começam a primeira movimentação quando a temperatura da água muda. Eles sobem na superfície e mudam a textura do rio desenhando círculos por um bom tempo.

O que fazer na Selva: curtir o espetáculo do nascer do sol
O espetáculo

Revoada dos pássaros

Esta atração tem hora e local para acontecer, basta estar com um guia que conheça onde os pássaros se reúnem para dormir. O guia posiciona o barco perto de uma ilha e pede para ficarmos atentos e em silêncio. A espera foi um pouco longa, o pôr do sol estava tímido entre as nuvens, mas valeu a pena. A animação voltou assim que os primeiros bandos começaram a chegar, alguns se achavam o dono do pedaço e expulsavam grupos inteiros, mas eles voltavam e era aquela briga. Já estávamos encantados quando o guia disse que o show ainda não tinha começado e deveríamos continuar atentos.

O barulho dos pássaros aumentou, milhares surgiam de todos os lados voando muito rápido. Nós estávamos bem na rota deles e a sensação era de que seríamos atropelados a qualquer momento, mas eles sempre desviaram e nós seguíamos abaixando a cabeça para se proteger. É impressionante e acaba em poucos minutos, as árvores ficam abarrotadas, eles vão se acalmando e baixando o volume. O silêncio volta e nós retornamos para o hotel navegando no escuro.

Primeiro bando chegando
Primeiro bando chegando
Revoada dos Guarás no Delta do Parnaíba+ Aprecie a revoada dos Guarás
O presente feito na hora
O presente feito na hora

Trilha na selva

É uma caminhada curta e cheia de aprendizado. O guia e o barqueiro nos acompanham mostrando a direção e contando o que sabem sobre sobrevivência na selva, matéria prima, artesanato, plantas medicinais e insetos. Eles pegavam uma folha, caminhavam trabalhando nela e minutos depois viravam com um presente: uma coroa, um colar, um arco e flecha, um facão… artesanato feito na hora com direito a curso intensivo.

O ensinamento vinha conforme o que íamos encontrando pelo caminho. Uma planta com um cheiro familiar, uma toca de aranha, um formigueiro, um cipó… Este último foi a parte divertida, brincamos de Tarzan voando de um lado para outro com velocidade.

Brincando no cipó
Brincando no cipó

Tudo foi muito tranquilo, apenas era preciso estar alerta e não tocar em nada sem perguntar a eles, afinal uma simples folha poderia esconder lagartas venenosas. Por mim, ficaria horas por aqui, mas a umidade aumentou, começou a escurecer e a chuva era questão de tempo. Voltamos rápido para o barco e foi aquele banho gelado até chegar ao hotel.

A beleza e os perigos da selva
A beleza e os perigos da selva

Focagem de jacaré

A atração noturna foi a maior aventura da nossa estada, uma espécie de safari. Partimos em silêncio com um único foco de luz apontado para as margens. Está a única forma de encontrar determinados animais de noite, isto porque seus olhos brilham e mostram sua posição. Como toda a atividade que depende da natureza, não sabemos se vamos encontrá-los e qual será o seu tamanho. Por isso a imaginação corria solta, uma mistura de medo, êxtase e encantamento, principalmente quando o guia apaga a luz e pede um minuto de silêncio. Ficamos apenas com os sons da floresta e a nossa mente… Confesso que estaria apavorada se não fosse pela cenário mágico (narrado em post anterior).

Filhote de jacaré no salva vidas ficou boiando até decidir a hora de partir
Filhote de jacaré no salva vidas ficou boiando até decidir a hora de partir
Guia corajoso
Guia corajoso

Kenrick, o guia, fez algumas tentativas frustradas até que conseguiu pegar um filhote, ele tinha equipamento para segurar até jacarés maiores, mas resolveu pegar com a mão mesmo. Imagina os nossos gritos até ele virar com o sorrido na cara! Tudo certo, ele colocou o bicho no barco e começou a sessão de fotos. Depois o animal foi devolvido à água com cuidado, o guia une os salva-vidas e coloca o jacaré em cima boiando até ele decidir onde vai descer. Outra cena inusitada para completar a fantasia da situação. A esta altura o medo de todos já tinha ido embora e só restava o encantamento.

Banho de rio

Três blogueiras curtindo muito o banho
Três blogueiras curtindo muito o banho
O que fazer na Selva Amazônica: tomar banho de rio
Banho nas águas escuras do Rio Juma

Em alguns momentos o barco pára em áreas mais abertas e Kenrick diz: podem pular! Com aquele calor, eu era uma das primeiras a me jogar. No momento nem pensava no escuro da água e que ali viviam jacarés, piranhas, cobras e sabe lá o que mais. Ainda tinha correnteza forte que nos levava pra longe do barco. A gente se divertia até cair a ficha de onde estávamos, o jeito era nadar forte pra voltar e não era fácil, além da correnteza, esta água escura é muito densa e precisa de energia extra no exercício. Mas tudo certo, o que vale é a aventura e certamente o guia estava atento e cuidou para o nosso mergulho ser em segurança. Pelo menos prefiro pensar assim.

Pescaria de Piranha

Para quem gosta de pescaria esportiva este deve ser o melhor passeio, mas não é o meu caso. Já pesquei piranhas no Pantanal e descobri que não tenho paciência para ficar esperando o peixe morder a isca, nem talento para puxar quando isto ocorre e também não gosto de ver o bichinho de debatendo machucado. Se fosse algo bom de comer, mas acho a carne da piranha muito sem graça. Juntos pescamos algumas e convencemos o barqueiro a jogar de volta ao rio enquanto ainda estavam vivas. Apenas as pescadas pelo guia viraram o jantar daquela noite.

O que fazer na Selva Amazônica: pescar piranhas
Piranhas para o jantar

Palestra

Em uma das noites nos reunimos na sala de jogos para ouvir sobre a floresta e a história do hotel. Mapas e fotos ajudam a compreender melhor sobre cheia e seca e este é o momento de fazer perguntas. Foi para me deixar com vontade de voltar na época oposta para entender por completo a influência das estações.

Palafitas desaparecem em época de chuvas
Palafitas desaparecem em época de chuvas

Encontro das águas

Não está no roteiro de passeios, mas é passagem obrigatória para chegar ao hotel por quem vem de barco por Manaus. Na ida estava nublado e a diferença não era muito clara. Na volta foi bem melhor, mas imagino como deve ser impressionante em dias mais iluminados.

Visita à Comunidade Ribeirinha

Comunidade é área protegida
Comunidade é área protegida

Também não está no roteiro e nem é permitido pelo governo. Contudo é possível participar de algumas ações sociais se estiver no local e hora certa como aconteceu com o nosso grupo. Foi uma experiência muito interessante e um dos momentos mais emocionantes da selva. Estudantes de uma escola de São Paulo fizeram um viagem de turismo solidário e trouxeram doações para a comunidade com apoio do hotel Juma. Mas esta história é longa e ainda vai render um post exclusivo aqui no site. Deixe o seu interesse no comentário para ser avisado.

Ação dos estudantes
Ação dos estudantes

Tome Nota o que fazer no Amazonas

Todas as atividades acima estão inclusas na diária do Juma Amazon Lodge e mudam conforme a época, tempo de estadia e a oportunidade. Lembrando que na seca os rios chegam a baixar quinze metros e mais atrações são feitas por terra.

Apesar de ser uma região quente e úmida, pode fazer frio. O casaco corta vento impermeável foi útil para ver o sol nascer, durante os banhos de chuva e nos passeios noturnos.

A princípio não imaginava essa viagem para crianças, mas estava enganada. Um turista de cinco anos nos acompanhou em todos os passeios com os seus pais. Ele era curioso, participativo e aprendeu na prática o que ainda vai ver na escola. Alguns momentos ele ficava cansado, mas antes de perturbar os outros, o guia e o barqueiro eram super criativos inventando algo para entretê-lo. Por exemplo na trilha, ele se achou poderoso abrindo caminho com um facão de palha. Não sei se todos os hotéis de selva estão preparados para lidar com crianças, agora os funcionários do Juma certamente estão.

O que fazer na Selva Amazônica: brincar com o que a floreste fornece
Garoto encantado com seu arco e flecha feito pelo guia que curte o momento

Esta viagem foi uma press trip patrocinada pelo Amazonastur, órgão de turismo do Estado do Amazonas.

Leia todos os posts sobre esta viagem ao Amazonas:

+ Roteiro 2 dias em Manaus
+ O que é o Festival Folclórico de Parintins
+ 5 dias no Amazonas
+ Fotos do Amazonas

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Autor Roberta Martins

Comunicadora, idealizadora deste site, fotógrafa e guia de turismo. Há 16 anos relata suas experiências de viagem focando em cultura e aventura. Saiba mais na página da autora. Encontre no Instagram

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